quinta-feira, 11 de junho de 2015

Reflectindo na Reflexão

Se um dia, pararmos para analisar tudo o que se faz, temos uma de várias conclusões, sendo uma delas a versão de que quanto mais tentamos ser humanos, mais falhamos, e quanto mais falhamos, mais pecamos.

Vivemos numa época, em que a hipocrisia, o egoísmo, a inveja, a solidão, a mentira, cada vez mais atingem patamares lamentáveis. Se isso não bastar, ainda podemos acrescentar os rumores de guerra, as guerras, o terrorismo, a continuação da fome, o aumento de doenças...

Mas isto, apenas acontece quando o umbigo é maior do que o cérebro, e contra cérebros desinteressados pela própria vida, é mais do que natural que não se interessem pela de outros. O que também acontece é que, eu dizer que Amo outro ser vivo, é sinal que estou a praticar uma auto-reflexão onde me permite estar a afirmar que me Amo a mim mesmo, para poder saber Amar o outro, se não conseguir Amar a minha pessoa, estarei meramente a construir algo no meu cérebro de que penso Amar outros, uma espécie de "achometro". 

O exercício, é tão simples quanto, faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti, mas não haja preocupação, se não recebemos aquilo que desejaríamos ou que gostaríamos que nos fizessem a nós, é preferível estar sentado, mas sem a necessidade de esperar. Praticando, esse exercício de fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós, estamos a colocar também em prática o factor de nos Amar-mos a nós mesmos (não se trata de egocentrismo), para assim ser possível sem hipocrisia e falsidade Amar-mos o outro. 

Agora a parte interessante é a diferença entre a teoria e a prática. A teoria é interessante para a termos na ponta da língua, mas por mais que saibamos as coisas todas (que nos é impossível), falhamos sem a prática. Que me adianta a mim, dizer que há gente a passar fome, não é tão mais fácil culpar Deus, pelo nosso egoísmo? Quantos são os que passam até na rua, por alguém que passe fome e o ignora ou até se afasta? Ou até é hipócrita ao dizer que deve ir procurar emprego? Ou dizer que não tem dinheiro, se calhar custa também falar com as pessoas, ou ter um simples gesto, ou uma partilha do que quer que seja. Mas claro, o culpado é Deus. Também foi assim desde Adão, onde Adão culpa Deus, pela parvoíce que ele mesmo fez, ao pecar e ser desordeiro, podia fazer tudo e mais alguma coisa, tinha tudo e mais alguma coisa, no entanto dá ouvidos à Eva e comem ambos aquilo que estavam proibidos de fazer, e no final das contas ainda culpa Deus por lhe ter dado aquela mulher. Engraçado, se calhar é daqui que as crianças nascem com a perspectiva de "não mexas aí, não toques ali, não faças isso... fazendo-o na mesma".

Outra coisa interessante é que agora as tecnologias, acabam por reter as pessoas durante mais de metade do dia (isto para quem utiliza esse tempo todo), já nem ligam às pessoas que vão ao lado, não existe grande contacto físico, o diálogo cada vez mais, se torna mais aborrecido e a criatividade deixam-na para os outros. Mas se isso não for suficiente, vivem a virtualidade como a realidade e a realidade preferem-na viver como uma virtualidade. O normal, deixa de ser normal e passa a anormal, e o anormal passa a normal. O que era antigamente o normativo, deixa de o ser. Hoje em dia é tudo permitido, os limites começam a desvanecer, estamos a voltar à época de Babel, onde o Homem quis tirar Deus do lugar dele, e sentar-se o Homem lá. 

Outro factor de reflexão, é que todos falam de tudo, mesmo sem saberem do que se trata, há comentadores de tudo, todos falam, resta saber é do quê, qual será o motivo de tanta sede por tentarem ser os maiores em alguma coisa, quando na realidade nem se conhecem a si mesmos, mas têm voto na matéria para criticar de forma destrutiva outros. Passaram todos a ter capacidade de julgar, são mais do que Deus? Exacto para cépticos, descrentes, gnósticos, ateus, entre outras religiões e os famosos qualquer coisa não praticantes (exemplo: católico não praticante... Eu também sou piloto de fórmula 1 não praticante), se chegaram até aqui, certamente já estão a formular uma resposta muito filosófica e que deite tudo abaixo, quando menciono Deus e Deus e novamente Deus, visto que dá comichão a muita gente. 

No entanto é bom, que já tenham chegado até aqui, há sempre algo mais para ser dito, no entanto hoje em dia já nem sabem interpretar português de Portugal, quanto mais formular uma frase com princípio, meio e talvez um fim que tenha lógica, está tudo consumido e mais do que consumido e cada vez mais triste. Mas há sempre esperança, visto que a esperança não morre.


Deixo esta pequena nota, antes de fazerem, de falarem, de escrevem, façam o seguinte e por favor comecem a dar uso a uma ferramenta engraçada, chamada cérebro.

«Vaidade de vaidade, diz o pregador, tudo é vaidade.»
Eclesiastes 12:8

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